quarta-feira, 25 de março de 2009

Índia e Paquistão eram, até 1947, um só país: a Índia imperial, dominada pelos britânicos desde o século XIX. Um país grandioso, a entrada para o Oriente, com, literalmente, um oceano de possibilidades. Explorada e pilhada como é de regra com os domínios coloniais, a Índia imperial reprimia com força toda e qualquer tentativa de independência. Milhares e milhares foram mortos ao longo das décadas.Um homem, no entanto, ousou resistir. Mohandas Gandhi, chamado de Mahatma, a grande alma.Gandhi, após mais de três décadas de luta pela independência, conseguiu o seu objetivo. Em 1947, a Índia ganhou a sua liberdade, e começou a sua história como um dos poucos países democráticos naquela parte do mundo.Gandhi ganhou a independência, mas não ganhou um de seus maiores objetivos. Queria um país unido, com Hindus e Muçulmanos vivendo, trabalhando e crescendo juntos. Pregava uma democracia multicultural e multiracial. Foi vencido pelo ódio religioso.
A Índia foi partida. Os Hindus permaneceram na Índia. A grande maioria dos Muçulmanos formou o Paquistão.Hoje a Índia, de maioria Hindu, tem a segunda maior população do mundo, com mais de 1 bilhão de habitantes. Sua economia é uma das quinze primeiras e em plena ascensão. Seu governo democrático possui boas relações com gigantes como os EUA, a China, a Alemanha e o Brasil.O Paquistão, separado de sua irmã há seis décadas, hoje é um dos países mais violentos de que se tem notícia. Uma ditadura impiedosa. Foco do terrorismo. Ninho do fundamentalismo. Um país em que a grande maioria da população vive na miséria. Atrai moradores "ilustres" como Osama bin Laden.Mahatma, onde quer que esteja, deve estar vendo tudo isso e pensando que tinha razão. Mais uma vez.
A crise econômica global que assusta a todos nós na atualidade não é nova. As suas raízes estão no início dessa década, com dois eventos: a queda do setor .com e os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.Naquela época, com a sua economia fragilizada, o governo dos Estados Unidos reduziu os juros, o que é uma forma usada para se incentivar o consumo. Com juros menores, as pessoas compram e financiam mais, e a economia ganha força.Os americanos, aos milhões, tiraram proveito dos juros baixos para financiar casas e apartamentos. As suas dívidas aumentaram consideravelmente. A situação econômica era estável, e todos esperavam poder pagar os compromissos sem maiores problemas.Pois a situação econômica foi piorando, a inflação aumentou, e os juros tiveram que ser aumentados pelo governo. Os financiamentos, muitas vezes, tinham juros variáveis, fazendo com que pessoas que financiaram com juro baixo tivessem que, agora, pagar um juro mais alto.Essa situação atingiu, em especial, os consumidores "sub-prime", justamente pessoas de baixa renda, com histórico de mau pagamento e uma vida financeira instável.Essas pessoas deixaram, aos milhões, de pagar os seus empréstimos. Com isso, as financiadoras da casa própria foram atingidas. Essas financiadoras, por sua vez, não pagaram os bancos, que também foram atingidos. Logo, companhias seguradoras, outros bancos e o mercado da bolsa de valores estavam, todos, envolvidos na crise.A crise tem muitos culpados. Consumidores iludidos com a situação financeira do país e que tomaram empréstimos que não poderiam pagar. Financiadoras que cobraram juros bem maiores que os de mercado para emprestar para quem não tinha histórico de bom pagamento. O governo central, que deixou a situação rolar sem interferir.Em um mundo globalizado, consumidores, empresas, governos e mercados estão, todos, interligados. Isso pode ser para o bem ou para o mal de todos. Nesse caso, todos nós saímos prejudicados com a ganância dos bancos norte-americanos.O Brasil, por fim, perde muito com a crise. Os juros bancários aumentam, a bolsa cai, o dólar sobe e o nosso país sofre. Esperamos que nem muito e nem por muito tempo.

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