História e patrimonio
Um espaço para além das aulas...Edição 2011 (3°A e B)Todas as unidades com esquemas teóricos e vídeos para aprofundar o conhecimento...
sábado, 14 de maio de 2011
Assunto do Teste II unidade 2011/Parte 1
Brasil: Revoltas Anticoloniais
Lutar pela independência !!!!
Durante três séculos, o sistema colonial trouxe vantagens para os grandes proprietários de terras e escravos no Brasil. Gozaram da proteção do Estado português e dos privilégios exclusivos mercantilistas, estabeleceram fortes vínculos comerciais com a África. Até que a situação do Brasil e de Portugal começou a mudar.
No final do século XVIII, a economia do Brasil colonial estava em crise.As minas de ouro estavam se esgotando e produziam cada vez menos. Os produtos agrícolas exportados pelo Brasil (açúcar, tabaco, algodão) não compensavam o declínio da mineração porque os preços internacionais da época estavam baixos. A colonização do Brasil é que mantinha estável a situação econômica de Portugal. As riquezas arrancadas do Brasil sustentaram o luxo da nobreza e as contas do Estado. A Colônia tinha crescido muito e agora precisava andar com os próprios pés. Pessoas de quase todas as condições murmuravam com os amigos: “A Europa inteira fala em liberdade dos povos. Nas Treze Colônias inglesas a liberdade acaba de triunfar.Agora, temos que fazer a nossa parte!”. A revolta contra a opressão colonial não era exclusiva dos Estados Unidos.
As Ideias que vieram de fora
Você sabia que não havia curso superior no Brasil?. Quem quisesse fazer faculdade tinha que ir para a Europa, geralmente para Coimbra (Portugal) ou Paris (França).Os rapazes gostavam da vida universitária, afinal, conheciam um pedaço da Europa e uma parte importante da vida. A maioria dos estudantes brasileiros tinha duas paixões:uma linda francesinha e os livros dos filósofos iluministas.
No Brasil não havia imprensa.Os livros precisavam ser importados da Europa.Mas o governo português barrava qualquer publicação que tivesse ideias “abomináveis”.Só que a proibição não era obedecida.Os livros proibidos entravam escondidos e eram passados de mão em mão entre as pessoas mais instruídas,quase todos da elite colonial.
As ideias iluministas de liberdade, de direito dos povos se rebelarem contra a justiça, de ataque aos governos opressores se encaixavam perfeitamente no Brasil.Baseadas nessas ideias, algumas pessoas começaram a se reunir secretamente. Debatiam a situação colonial e sonhavam com a criação de um país independente.
Dois movimentos conquistaram uma força simbólica ao longo de nossa história, embora não tivesse provocado nenhuma grande crise no poder colonial: As rebeliões em Minas Gerais (1789) e na Bahia (1789).
A Conjuração Mineira (1789)
A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro. Portugal cobrava muitos impostos nas áreas de mineração do Brasil, para piorar as coisas, a metrópole determinou que a colônia deveria pagar, todos os anos, pelo menos sem arrobas de ouro puro.Mas no final do século XVIII, já não havia tanto ouro no Brasil, a colônia não conseguia pagar o mínimo de cem arrobas anuais,sempre ficava devendo uma diferença que ia se acumulando ano após ano.
A grande questão era que o governo colonial poderia cobra a derrama a qualquer momento, que era a cobranças desses impostos em atraso. A palavra derrama causava grande medo e ódio nos colonos, pois não sabiam quando o imposto seria cobrado,e ficavam imaginando os fiscais acompanhados de soldados chegando de surpresa na cidade, invadindo as casas e tomando tudo que houvesse de valor.
Pairava um espírito sufocador da coroa portuguesa sobre a colônia, todos se perguntavam “Será que isso não vai acabar?”. As faíscas da conspiração começaram a se acender em Minas Gerais, destemidos ou desesperados ilustrados, com dividas impagáveis, começaram a se reunir secretamente. Quase todos pertencentes à elite mineira, donos de escravos, proprietários de minas e de grandes rebanhos de gado, juízes, médicos ,padres e coronéis. Nomes como Tomás Antonio Gonzaga,Cláudio Manuel da Costa entre outros.O único que não era de origem nobre era Joaquim José da Silva Xavier, apelidado Tiradentes, que tinha origens humildes.
Existia uma diversidade de motivos para a revolta, o primeiro deles seria referente às grandes dividas com a coroa. O segundo seria em relação com o governo de Minas Gerais, a aquém acusavam de corrupto e de favorecer somente a amigos. Dentre esses e outros motivos, estavam inspirados por ideias iluministas, e pela recente independência dos Estados Unidos. Ousaram sonhar com um novo país, livre da coroa portuguesa.
Os Inconfidentes de minas fizeram uma porção de projetos a serem implementados após a independência, um exemplo seria a criação de uma grande universidade em Vila Rica (Ouro Preto), e também o estimulo a criação de manufaturas de tecidos e metais.além das ideias nacionalistas ( e protecionista).
A Derrota do Movimento.
Os impostos atrasados chegavam a nove mil quilos de ouro! Os inconfidentes planejavam iniciar a revolta contra a coroa portuguesa justamente no dia da cobrança da derrama. Eles contavam que nestas condições teriam o total apoio da população, mais infelizmente eles foram traídos, o coronel Joaquim Silvério dos Reis junto de dois colegas delatou ao governador a existência dom movimento, em troca do perdão de suas dividas.
Posterior ao recebimento das informações, as autoridades coloniais ordenaram o aprisionamento dos envolvidos.Tiradentes se refugiou no Rio de Janeiro mais foi capturado, na cadeia foi torturado, como era de costume no antigo regime, mesmo torturado não delatou nenhum de seus companheiros.Os inconfidentes ficaram quase três anos na prisão, aguardando o veredicto da rainha Dona Maria I. Alguns ficaram mais tempo na prisão, outros foram exilados na Angola, sem direito de voltar ao Brasil.
Existe uma questão instigante dentro das condenações, o por que de Tiradentes ser o único a ser condenado a morte? É óbvio que a coroa sabia que o Tiradentes não era realmente o líder do movimento. Nenhum dos homens ricos da colônia, educados na Europa, sofisticados, aceitaria ser comandados por uma pessoa sem cargo de destaque, que nunca esteve em uma faculdade. Então por que Tiradentes? Vamos pesar um pouco... Tiradentes era o único pobre do grupo, logo ele deveria ser enforcado para dar exemplo a “ralé”.Sua execução aconteceu no Rio de Janeiro em 1792. Em seguida, seu corpo foi retalhado e salgado.Cada pedaço foi exposto em praça pública, para advertir qualquer tentativa de revolta.
As transformações para a independência
A transferência da Corte para o Brasil
O início do processo de independência do Brasil foi influenciado por algo que aconteceu fora do Brasil. Estamos falando das guerras napoleônicas, em 1806, o imperador francês Napoleão Bonaparte anuncio o bloqueio continental á Inglaterra.Qualquer país europeu que mantivesse o comércio com a Inglaterra teria a invasão de seu território, diante deste ultimato, o governo português estava em maus lençóis, se mantivesse o comércio com a Inglaterra teria seu território invadido pelos franceses, e se obedecesse as ordens de Bonaparte perderia o Brasil para a Inglaterra.
Dom João o príncipe-regente tentou manobras para tentar manter relações com os dois lados, ele parecia endurecer com os ingleses fechando seus portos, mas negociava nos bastidores com os mesmos.O príncipe em seu ultimo esforço, mandou prender todos os ingleses residentes em Lisboa, mas não deteve a iniciativa de invasão dos franceses, que já estavam a caminho de Portugal.
O pavor tomou toda a corte portuguesa,todos temiam a invasão francesa. Em uma ultima tentativa de acordo com os portugueses, os representantes do governo inglês que estavam em Portugal propuseram um acordo salvador: eles escoltariam a família real e a nobreza até o Brasil, porém Dom João teria que firmar um contrato secreto com o governo inglês, para que os portos brasileiros ficassem livres para a Inglaterra.
Essa ideia de transferência da corte para o Brasil não era uma novidade, mas os portugueses foram pegos de surpresa.Então escoltados pelos ingleses, milhares de nobres se aglomeraram nos navios, não antes de saquear o ouro das igrejas e o tesouro nacional.
Leitura complementar:
Dissolução do Monopólio
Posterior a chegada da família real a colônia, Dom João decretou a abertura dos portos (1808) a Inglaterra e seus aliados,e esses países poderiam ter um comercio direto com o Brasil. Esta abertura dos portos, significava o “fim do pacto colonial”, mas o Brasil só teve sua emancipação de Portugal em 1822. Mas a principal característica da colônia, o monopólio, passou a se extinguir desde então.
Dom João assina o tratado de comércio, em 1808, firmando assim uma aliança com a Inglaterra.Esses tratados de 1808, deixavam explicito o favorecimento dos britânicos, as taxas alfandegárias paras os produtos ingleses giravam em torno de 15% em cima do preço do produto. Já para os outros países era de 24% o valor do imposto, e para Portugal era cobrado 16%, percebemos que os portugueses pagavam mais impostos que os ingleses, logo quem realmente queria mandar no Brasil? Mas deixaremos isso para outra hora.
Para melhor compreendermos essa tais tarifas, vale lembrar que D. João anulou o Alvará de 1785, de D. Maria, que proibia a criação de qualquer manufatura em terras brasileiras. O príncipe com essa iniciativa, queria facilitar o desenvolvimento das manufaturas na colônia, porém em uma colônia onde a base do trabalho era escravista, e possuía uma estrutura social onde o mais importante era possuir terras do que obter lucros cada vez mais altos, e com essas condições seria muito difícil o desenvolvimento das manufaturas. E outro grande empecilho para o desenvolvimento das manufaturas foi à abertura dos portos de 1808, pois a Inglaterra estava em pleno desenvolvimento industrial, produzia mais com menos, e ao seu lado estavam as baixas tarifas alfandegárias. Deixando as pequenas manufaturas brasileiras sem mercado.
Após a chegada da corte no Brasil, o porto do Rio de janeiro estava em uma enorme confusão. Vinha para cá uma diversidade de produtos ingleses, produtos de todos os tipos: tecidos de algodão, metal, lã, linho, chumbo, armas, sapatos, entre outros.O Brasil estava amarrado a economia inglesa, perceba outra coisa importante: Os ingleses nos vendiam muito mais do que nós a eles. Na realidade é que as suas colônias produziam a maioria dos produtos de nossa exportação, e com a balança comercial desfavorável, o Brasil pagava seus débitos com dinheiro emprestado de banqueiros europeus, pagando assim juros altíssimos.
domingo, 3 de abril de 2011
Assunto da Prova 1°unidade/2011
Bandeirantes - Entradas e Bandeiras
História dos Bandeirantes, o período das Entradas e Bandeiras na História do Brasil Colonial, expansão do território brasileiro, escravidão indígena, descobrimento das minas de ouro na época colonial da História do Brasil
História dos Bandeirantes, o período das Entradas e Bandeiras na História do Brasil Colonial, expansão do território brasileiro, escravidão indígena, descobrimento das minas de ouro na época colonial da História do Brasil
O bandeirante Domingos Jorge Velho
No Brasil, no século XVII, alguns homens valentes se introduziram no sertão, movidos pelo desejo de encontrar jazidas de metais preciosos e outras riquezas e, ainda, aprisionar selvagens, a fim de vendê-los como escravos aos colonizadores. Arriscavam-se muitíssimo, e algumas vezes foram massacrados por índiosferozes. Levavam provisões de mandioca, milho, feijão, carne seca e pólvora, bem como redes, onde dormiam. Faziam-se acompanhar dos filhos maiores de 14 anos, de escravos e alguns homens do povoado, que também ambicionavam riquezas. Não raro, ficavam longos períodos afastados da família, alguns delesnem mesmo regressando, vítimas de febres ou picadas de cobras, quando não de flechas indígenas.
Todavia, apesar do objetivo não muito elevado de sua missão, que foi bastante combatido pelos jesuítas, prestaram grande serviço ao Brasil, pois dilataram-lhe as fronteiras, conquistando terras que pertenciam à Espanha, como Goiás, Mato Grosso, grande parte de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná eSanta Catarina.
Entravam pelas selvas em geral seguindo o curso dos rios ou as trilhas dos índios: daí o nome «entradas». A denominação «bandeiras» ê aplicada à entrada empreendida pelos desbravadores saídos de São Paulo, os que mais se dedicaram a essas expedições. Diz-se que o nome vem do fato de os desbravadores levarem uma bandeira à frente do grupo; outros crêem ser devido ao hábito dos paulistas de provocarem guerras entre os indígenas com o fito de enfraquecê-los, para mais facilmente conseguirem escravizá-los, o que eles próprios classificavam como «levantar bandeira».
Vestiam-se com camisa e calça de algodão, chapéu de abas largas; alguns usavam botas de cano alto e outros, a exemplo dos índios, iam descalços, apenas envolvendo as pernas em perneiras de couro. Protegiam o peito de possíveis flechadas com uma espécie de gibão de couro, acolchoado com algodão.
As bandeiras atravessaram o Brasil em todos os sentidos, chegando, como a de António Raposo Tavares, até o Amazonas, tendo partido de São Paulo. As mais importantes foram as de Fernão Dias Pais e seu genro Borba Gato,
que exploraram a região de Minas Gerais, fundando inúmeros povoados, bem como a de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, que encontrou ouro perto de Goiás.
Segundo a tradição, para conseguir dos Índios a revelação do exato local onde se achava o ouro cobiçado, Bueno usou de um estratagema: ateou fogo a um pouco de álcool que transportava em um recipiente, ameaçando-os de fazer o mesmo com os rios e fontes, caso se negassem a revelar o que lhes pedia.
Os indígenas atenderam-no, atemorizados, e apelidaram-no de Anhanguera, que significa em tupi «diabo velho» ou «espírito mau»
Assunto da Prova 1°unidade/2011
Mineiração no Brasil colonial
INTRODUÇÃO
Desde o final do século XVI na capitânia de São Vicente, o Brasil já tinha conhecido uma escassa exploração mineral do chamado ouro de lavagem, que em razão da baixa rentabilidade, foi rapidamente abandonada.
Somente no século XVIII é que a mineração realmente passou a dominar o cenário brasileiro, intensificando a vida urbana da colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática em relação ao período anterior, representado pelo ruralismo açucareiro.
Desde o final do século XVI na capitânia de São Vicente, o Brasil já tinha conhecido uma escassa exploração mineral do chamado ouro de lavagem, que em razão da baixa rentabilidade, foi rapidamente abandonada.
Somente no século XVIII é que a mineração realmente passou a dominar o cenário brasileiro, intensificando a vida urbana da colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática em relação ao período anterior, representado pelo ruralismo açucareiro.
o mapa foi tirado do livro Nova História Crítica do Brasil de Mário Schmidt da editora Nova Geração
A mineração, marcada pela extração de ouro e diamantes nas regiões de Goiás, Mato Grosso e principalmente Minas Gerais, atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, justamente no período em que a Inglaterra se industrializava e se consolidava como uma potência hegemônica, exercendo uma influência econômica cada vez maior sobre Portugal.
CONTEXTO EUROPEU: INGLATERRA/PORTUGAL
Em contrapartida ao desenvolvimento econômico da Inglaterra, Portugal enfrentava enormes dificuldades econômicas e financeiras com a perda de seus domínios no Oriente e na África, após 60 anos de domínio espanhol durante a União Ibérica (1580-1640).
Dos vários tratados que comprovam a crescente dependência portuguesa em relação à Inglaterra, destaca-se o Tratado de Methuem (Panos e Vinhos) em 1703, pelo qual Portugal é obrigado a adquirir os tecidos da Inglaterra e essa, os vinhos portugueses. Para Portugal, esse acordo liquidou com as manufaturas e agravou o acentuado déficit na balança comercial, onde o valor das importações (tecidos ingleses) irá superar o das exportações (vinhos). É importante notar que o Tratado de Methuem ocorreu alguns anos depois da descoberta das primeiras grandes jazidas de ouro em Minas Gerais, e que bem antes de sua assinatura as importações inglesas já arruinavam as manufaturas portuguesas. O tratado, deve ser considerado assim, bem mais um ponto de chegada do que de começo, em relação ao domínio econômico inglês sobre Portugal.
A RIGIDEZ FISCAL
Nesse mesmo período, em que na América espanhola o esgotamento das minas irá provocar uma forte elevação no preço dos produtos, o Brasil assistia a passagem da economia açucareira para mineradora, que ao contrário da agricultura e de outras atividades, como a pecuária, foi submetida a uma rigorosa disciplina e fiscalização por parte da metrópole.
Já por ocasião do escasso e pobre ouro de lavagem achado desde o século XVI em São Vicente, tinha-se promulgado um longo regulamento estabelecendo-se a livre exploração, embora submetida a uma rígida fiscalização, onde a coroa reservava-se no direito ao quinto, a quinta parte de todo ouro extraído. Com as descobertas feitas em Minas Gerais na região de Vila Rica, a antiga lei é substituída pelo Regimento dos Superintendentes, Guardas-mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, datada de 1702. Esse regimento se manteria até o término do período colonial, apenas com algumas modificações.
Ouro Preto, antiga Vila Rica
O sistema estabelecido era o seguinte: para fiscalizar dirigir e cobrar o quinto nas áreas de mineração criava-se a Intendência de Minas, sob a direção de um superintendente em cada capitania em que se descobrisse ouro, subordinado diretamente ao poder metropolitano. O descobrimento das jazidas era obrigatoriamente comunicado ao superintendente da capitania que requisitava os funcionários (guarda-mores) para que fosse feita a demarcação das datas, lotes que seriam posteriormente distribuídos entre os mineradores presentes. O minerador que havia descoberto a jazida tinha o direito de escolher as duas primeiras datas, enquanto que o guarda-mor escolhia uma outra para a Fazenda Real, que depois a vendia em leilão. A distribuição dos lotes era proporcional ao número de escravos que o minerador possuísse. Aqueles que tivessem mais de 12 escravos recebiam uma "data inteira", que correspondia a cerca de 3 mil metros quadrados. Já os que tinham menos de doze escravos recebiam apenas uma pequena parte de uma data. Os demais lotes eram sorteados entre os interessados que deviam dar início à exploração no prazo de quarenta dias, sob pena de perder a posse da terra. A venda de uma data era somente autorizada, na hipótese devidamente comprovada da perda de todos os escravos. Neste caso o minerador só podia receber uma nova data quando obtivesse outros trabalhadores. A reincidência porém, resultaria na perda definitiva do direito de receber outro terreno.
A cobrança do quinto sempre foi vista pelos mineradores como um abuso fiscal, o que resultava em freqüentes tentativas de sonegação, fazendo com que a metrópole criasse novas formas de cobrança.
A partir de 1690 são criadas as Casas de Fundição, estabelecimentos controlados pela Fazenda Real, que recebiam todo ouro extraído, transformando-o em barras timbradas e devidamente quintadas, para somente depois, devolve-las ao proprietário. A tentativa de utilizar o ouro sob outra forma -- em pó, em pepitas ou em barras não marcadas -- era rigorosamente punida, com penas que iam do confisco dos bens do infrator, até seu degredo perpétuo para as colônias portuguesas na África. Como o ouro era facilmente escondido graças ao seu alto valor em pequenos volumes, criou-se a finta, um pagamento anual fixo de 30 arrobas, cerca de 450 quilos de ouro que o quinto deveria necessariamente atingir, sob pena de ser decretada a derrama, isto é, o confisco dos bens do devedor para que a soma de 100 arrobas fosse completada. Posteriormente ainda foi criada a taxa de capitação , um imposto fixo, cobrado por cada escravo que o minerador possuísse.
Para o historiador Caio Prado Júnior, "cada vez que se decretava uma derrama, a capitania, atingida entrava em polvorosa. A força armada se mobilizava, a população vivia sobre o terror; casas particulares eram violadas a qualquer hora do dia ou da noite, as prisões se multiplicavam. Isto durava não raro muitos meses, durante os quais desaparecia toda e qualquer garantia pessoal. Todo mundo estava sujeito a perder de uma hora para outra seus bens, sua liberdade, quando não sua vida. Aliás as derramas tomavam caráter de violência tão grande e subversão tão grave da ordem, que somente nos dias áureos da mineração se lançou mão deles. Quando começa a decadência, eles se tornam cada vez mais espaçados, embora nunca mais depois de 1762 o quinto atingisse as 100 arrobas fixadas. Da última vez que se projetou uma derrama (em 1788), ela teve de ser suspensa à última hora, pois chegaram ao conhecimento das autoridades notícias positivas de um levante geral em Minas Gerais, marcado para o momento em que fosse iniciada a cobrança (conspiração de Tiradentes)."
A EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
Havia duas formas de extração aurífera: a lavra e a faiscação.
As lavras eram empresas que, dispondo de ferramentas especializadas, executavam a extração aurífera em grandes jazidas, utilizando mão-de-obra de escravos africanos. O trabalho livre era insignificante e o índio não era empregado. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração, quando ainda existia recurso e produção abundantes, o que tornou possível grandes empreendimentos e obras na região.
extração aurífera
A faiscação era a pequena extração representada pelo trabalho do próprio garimpeiro, um homem livre de poucos recursos que excepcionalmente poderia contar com alguns ajudantes. No mundo do garimpo o faiscador é considerado um nômade, reunindo-se às vezes em grande número, num local franqueado a todos. Poderiam ainda ser escravos que, se encontrassem uma quantidade muito significativa de ouro, ganhariam a alforria. Também conhecida como faisqueira, tal atividade se realizava principalmente em regiões ribeirinhas. De uma maneira ou de outra, a faiscação sempre existiu na mineração aurífera da colônia tornando-se mais intensa com a própria das minas, surgindo então o faiscador que aproveita as áreas empobrecidas e abandonadas. Este cenário torna-se mais comum pelos fins do século XVIII, quando a mineração entra num processo de franca decadência.
A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES
A extração mineral não se restringiu apenas ao ouro. O século XVIII também conheceu o diamante, no vale do rio Jequitinhonha, sendo que durante muito tempo, os mineradores que só viam a riqueza no ouro, ignoraram o valor desta pedra preciosa, utilizada inclusive como ficha para jogo.
Somente após três décadas que o governador das Gerais, D. Lourenço de Almeida, enviou algumas pedras para serem analisadas em Portugal, que imediatamente aprovou a criação do primeiro Regimento para os Diamantes, que estabeleceu como forma de cobrar o quinto, o sistema de capitação sobre mineradores que viessem a trabalhar naquela região.
O principal centro de extração da valiosa pedra, foi o Arraial do Tijuco, hoje Diamantina em Minas Gerais, que em razão da importância, foi elevado à categoria de Distrito Diamantino, com fronteiras delimitadas e um intendente independente do governador da capitânia, subalterno apenas à coroa portuguesa.
A partir de 1734, visando um maior controle sobre a região diamantina, foi estabelecido um sistema de exclusividade na exploração de diamantes para um único contratador. O primeiro deles em 1740, foi o milionário João Fernandes de Oliveira, que se apaixonou pela escrava Chica da Silva, tornando-a uma nobre senhora do Arraial do Tijuco.
Devido ao intenso contrabando e sonegação, como também ao elevado valor do produto, a metrópole decretou a Extração Real em 1771, representando o monopólio estatal sobre o diamante, que vigorou até 1832.
DESDOBRAMENTOS: SOCIEDADE E CULTURA
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira.
Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-se da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrático e intelectualmente mais evoluído. Era comum no século XVIII, ser grande minerador e latifundiário ao mesmo tempo. Portanto, a camada socialmente dominante era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas. A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas cidades.
O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso. Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um processo inflacionário, seguido pelo desenvolvimento de uma sólida agricultura de subsistência, que juntamente com a pecuária, consolidam-se como atividades subsidiárias e periféricas.
A acentuação da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no principal centro do Arcadismo no Brasil. São expoentes as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais e do Mestre Valentim, no Rio de Janeiro.
escultura de Aleijadinho em Sabará (Igreja Nossa Senhora do Carmo)
Na música destaca-se o estilo sacro barroco do mineiro José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, além da música popular representada pela modinha e pela cantiga de ninar de origem lusitana e pelo lundu de origem africana.
A DECADÊNCIA DO PERÍODO
Na segunda metade do século XVIII, a mineração entra em decadência com a paralisação das descobertas. Por serem de aluvião o ouro e diamantes descobertos eram facilmente extraídos, o que levou a uma exploração constante, fazendo com que as jazidas se esgotassem rapidamente. Esse esgotamento deve-se fundamentalmente ao desconhecimento técnico dos mineradores, já que enquanto a extração foi feita apenas nos veios (leitos dos rios), nos tabuleiros (margens) e nas grupiaras (encostas mais profundas) a técnica, apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento. Numa quarta etapa porém, quando a extração atinge as rochas matrizes, formadas por um minério extremamente duro (quartzo itabirito), as escavações não conseguem prosseguir, iniciando o declínio da economia mineradora. Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda economia colonial entrou em declínio. Sendo assim, a primeira metade do século XIX será representada pelo Renascimento Agrícola, fase economicamente transitória, marcada pela diversificação rural (algodão, açúcar, tabaco, cacau e café), que se estenderá até a consolidação da monocultura cafeeira, iniciada por volta de 1870 no Vale do Paraíba.
moedas portuguesas do século XVIII cunhadas com ouro do Brasil
A suposta riqueza gerada pela mineração não permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga, e nesse sentido, grande parte das dívidas portuguesas, acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, o que viabilizou ainda mais, uma grande acumulação de capital na Inglaterra, indispensável para o seu pioneirismo na Revolução Industrial.
Assunto da Prova 1°unidade/2011
Mineiração no Brasil colonial
INTRODUÇÃO
Desde o final do século XVI na capitânia de São Vicente, o Brasil já tinha conhecido uma escassa exploração mineral do chamado ouro de lavagem, que em razão da baixa rentabilidade, foi rapidamente abandonada.
Somente no século XVIII é que a mineração realmente passou a dominar o cenário brasileiro, intensificando a vida urbana da colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática em relação ao período anterior, representado pelo ruralismo açucareiro.
Desde o final do século XVI na capitânia de São Vicente, o Brasil já tinha conhecido uma escassa exploração mineral do chamado ouro de lavagem, que em razão da baixa rentabilidade, foi rapidamente abandonada.
Somente no século XVIII é que a mineração realmente passou a dominar o cenário brasileiro, intensificando a vida urbana da colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática em relação ao período anterior, representado pelo ruralismo açucareiro.
o mapa foi tirado do livro Nova História Crítica do Brasil de Mário Schmidt da editora Nova Geração
A mineração, marcada pela extração de ouro e diamantes nas regiões de Goiás, Mato Grosso e principalmente Minas Gerais, atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, justamente no período em que a Inglaterra se industrializava e se consolidava como uma potência hegemônica, exercendo uma influência econômica cada vez maior sobre Portugal.
CONTEXTO EUROPEU: INGLATERRA/PORTUGAL
Em contrapartida ao desenvolvimento econômico da Inglaterra, Portugal enfrentava enormes dificuldades econômicas e financeiras com a perda de seus domínios no Oriente e na África, após 60 anos de domínio espanhol durante a União Ibérica (1580-1640).
Dos vários tratados que comprovam a crescente dependência portuguesa em relação à Inglaterra, destaca-se o Tratado de Methuem (Panos e Vinhos) em 1703, pelo qual Portugal é obrigado a adquirir os tecidos da Inglaterra e essa, os vinhos portugueses. Para Portugal, esse acordo liquidou com as manufaturas e agravou o acentuado déficit na balança comercial, onde o valor das importações (tecidos ingleses) irá superar o das exportações (vinhos). É importante notar que o Tratado de Methuem ocorreu alguns anos depois da descoberta das primeiras grandes jazidas de ouro em Minas Gerais, e que bem antes de sua assinatura as importações inglesas já arruinavam as manufaturas portuguesas. O tratado, deve ser considerado assim, bem mais um ponto de chegada do que de começo, em relação ao domínio econômico inglês sobre Portugal.
A RIGIDEZ FISCAL
Nesse mesmo período, em que na América espanhola o esgotamento das minas irá provocar uma forte elevação no preço dos produtos, o Brasil assistia a passagem da economia açucareira para mineradora, que ao contrário da agricultura e de outras atividades, como a pecuária, foi submetida a uma rigorosa disciplina e fiscalização por parte da metrópole.
Já por ocasião do escasso e pobre ouro de lavagem achado desde o século XVI em São Vicente, tinha-se promulgado um longo regulamento estabelecendo-se a livre exploração, embora submetida a uma rígida fiscalização, onde a coroa reservava-se no direito ao quinto, a quinta parte de todo ouro extraído. Com as descobertas feitas em Minas Gerais na região de Vila Rica, a antiga lei é substituída pelo Regimento dos Superintendentes, Guardas-mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, datada de 1702. Esse regimento se manteria até o término do período colonial, apenas com algumas modificações.
Ouro Preto, antiga Vila Rica
O sistema estabelecido era o seguinte: para fiscalizar dirigir e cobrar o quinto nas áreas de mineração criava-se a Intendência de Minas, sob a direção de um superintendente em cada capitania em que se descobrisse ouro, subordinado diretamente ao poder metropolitano. O descobrimento das jazidas era obrigatoriamente comunicado ao superintendente da capitania que requisitava os funcionários (guarda-mores) para que fosse feita a demarcação das datas, lotes que seriam posteriormente distribuídos entre os mineradores presentes. O minerador que havia descoberto a jazida tinha o direito de escolher as duas primeiras datas, enquanto que o guarda-mor escolhia uma outra para a Fazenda Real, que depois a vendia em leilão. A distribuição dos lotes era proporcional ao número de escravos que o minerador possuísse. Aqueles que tivessem mais de 12 escravos recebiam uma "data inteira", que correspondia a cerca de 3 mil metros quadrados. Já os que tinham menos de doze escravos recebiam apenas uma pequena parte de uma data. Os demais lotes eram sorteados entre os interessados que deviam dar início à exploração no prazo de quarenta dias, sob pena de perder a posse da terra. A venda de uma data era somente autorizada, na hipótese devidamente comprovada da perda de todos os escravos. Neste caso o minerador só podia receber uma nova data quando obtivesse outros trabalhadores. A reincidência porém, resultaria na perda definitiva do direito de receber outro terreno.
A cobrança do quinto sempre foi vista pelos mineradores como um abuso fiscal, o que resultava em freqüentes tentativas de sonegação, fazendo com que a metrópole criasse novas formas de cobrança.
A partir de 1690 são criadas as Casas de Fundição, estabelecimentos controlados pela Fazenda Real, que recebiam todo ouro extraído, transformando-o em barras timbradas e devidamente quintadas, para somente depois, devolve-las ao proprietário. A tentativa de utilizar o ouro sob outra forma -- em pó, em pepitas ou em barras não marcadas -- era rigorosamente punida, com penas que iam do confisco dos bens do infrator, até seu degredo perpétuo para as colônias portuguesas na África. Como o ouro era facilmente escondido graças ao seu alto valor em pequenos volumes, criou-se a finta, um pagamento anual fixo de 30 arrobas, cerca de 450 quilos de ouro que o quinto deveria necessariamente atingir, sob pena de ser decretada a derrama, isto é, o confisco dos bens do devedor para que a soma de 100 arrobas fosse completada. Posteriormente ainda foi criada a taxa de capitação , um imposto fixo, cobrado por cada escravo que o minerador possuísse.
Para o historiador Caio Prado Júnior, "cada vez que se decretava uma derrama, a capitania, atingida entrava em polvorosa. A força armada se mobilizava, a população vivia sobre o terror; casas particulares eram violadas a qualquer hora do dia ou da noite, as prisões se multiplicavam. Isto durava não raro muitos meses, durante os quais desaparecia toda e qualquer garantia pessoal. Todo mundo estava sujeito a perder de uma hora para outra seus bens, sua liberdade, quando não sua vida. Aliás as derramas tomavam caráter de violência tão grande e subversão tão grave da ordem, que somente nos dias áureos da mineração se lançou mão deles. Quando começa a decadência, eles se tornam cada vez mais espaçados, embora nunca mais depois de 1762 o quinto atingisse as 100 arrobas fixadas. Da última vez que se projetou uma derrama (em 1788), ela teve de ser suspensa à última hora, pois chegaram ao conhecimento das autoridades notícias positivas de um levante geral em Minas Gerais, marcado para o momento em que fosse iniciada a cobrança (conspiração de Tiradentes)."
A EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
Havia duas formas de extração aurífera: a lavra e a faiscação.
As lavras eram empresas que, dispondo de ferramentas especializadas, executavam a extração aurífera em grandes jazidas, utilizando mão-de-obra de escravos africanos. O trabalho livre era insignificante e o índio não era empregado. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração, quando ainda existia recurso e produção abundantes, o que tornou possível grandes empreendimentos e obras na região.
extração aurífera
A faiscação era a pequena extração representada pelo trabalho do próprio garimpeiro, um homem livre de poucos recursos que excepcionalmente poderia contar com alguns ajudantes. No mundo do garimpo o faiscador é considerado um nômade, reunindo-se às vezes em grande número, num local franqueado a todos. Poderiam ainda ser escravos que, se encontrassem uma quantidade muito significativa de ouro, ganhariam a alforria. Também conhecida como faisqueira, tal atividade se realizava principalmente em regiões ribeirinhas. De uma maneira ou de outra, a faiscação sempre existiu na mineração aurífera da colônia tornando-se mais intensa com a própria das minas, surgindo então o faiscador que aproveita as áreas empobrecidas e abandonadas. Este cenário torna-se mais comum pelos fins do século XVIII, quando a mineração entra num processo de franca decadência.
A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES
A extração mineral não se restringiu apenas ao ouro. O século XVIII também conheceu o diamante, no vale do rio Jequitinhonha, sendo que durante muito tempo, os mineradores que só viam a riqueza no ouro, ignoraram o valor desta pedra preciosa, utilizada inclusive como ficha para jogo.
Somente após três décadas que o governador das Gerais, D. Lourenço de Almeida, enviou algumas pedras para serem analisadas em Portugal, que imediatamente aprovou a criação do primeiro Regimento para os Diamantes, que estabeleceu como forma de cobrar o quinto, o sistema de capitação sobre mineradores que viessem a trabalhar naquela região.
O principal centro de extração da valiosa pedra, foi o Arraial do Tijuco, hoje Diamantina em Minas Gerais, que em razão da importância, foi elevado à categoria de Distrito Diamantino, com fronteiras delimitadas e um intendente independente do governador da capitânia, subalterno apenas à coroa portuguesa.
A partir de 1734, visando um maior controle sobre a região diamantina, foi estabelecido um sistema de exclusividade na exploração de diamantes para um único contratador. O primeiro deles em 1740, foi o milionário João Fernandes de Oliveira, que se apaixonou pela escrava Chica da Silva, tornando-a uma nobre senhora do Arraial do Tijuco.
Devido ao intenso contrabando e sonegação, como também ao elevado valor do produto, a metrópole decretou a Extração Real em 1771, representando o monopólio estatal sobre o diamante, que vigorou até 1832.
DESDOBRAMENTOS: SOCIEDADE E CULTURA
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira.
Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-se da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrático e intelectualmente mais evoluído. Era comum no século XVIII, ser grande minerador e latifundiário ao mesmo tempo. Portanto, a camada socialmente dominante era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas. A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas cidades.
O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso. Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um processo inflacionário, seguido pelo desenvolvimento de uma sólida agricultura de subsistência, que juntamente com a pecuária, consolidam-se como atividades subsidiárias e periféricas.
A acentuação da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no principal centro do Arcadismo no Brasil. São expoentes as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais e do Mestre Valentim, no Rio de Janeiro.
escultura de Aleijadinho em Sabará (Igreja Nossa Senhora do Carmo)
Na música destaca-se o estilo sacro barroco do mineiro José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, além da música popular representada pela modinha e pela cantiga de ninar de origem lusitana e pelo lundu de origem africana.
A DECADÊNCIA DO PERÍODO
Na segunda metade do século XVIII, a mineração entra em decadência com a paralisação das descobertas. Por serem de aluvião o ouro e diamantes descobertos eram facilmente extraídos, o que levou a uma exploração constante, fazendo com que as jazidas se esgotassem rapidamente. Esse esgotamento deve-se fundamentalmente ao desconhecimento técnico dos mineradores, já que enquanto a extração foi feita apenas nos veios (leitos dos rios), nos tabuleiros (margens) e nas grupiaras (encostas mais profundas) a técnica, apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento. Numa quarta etapa porém, quando a extração atinge as rochas matrizes, formadas por um minério extremamente duro (quartzo itabirito), as escavações não conseguem prosseguir, iniciando o declínio da economia mineradora. Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda economia colonial entrou em declínio. Sendo assim, a primeira metade do século XIX será representada pelo Renascimento Agrícola, fase economicamente transitória, marcada pela diversificação rural (algodão, açúcar, tabaco, cacau e café), que se estenderá até a consolidação da monocultura cafeeira, iniciada por volta de 1870 no Vale do Paraíba.
moedas portuguesas do século XVIII cunhadas com ouro do Brasil
A suposta riqueza gerada pela mineração não permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga, e nesse sentido, grande parte das dívidas portuguesas, acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, o que viabilizou ainda mais, uma grande acumulação de capital na Inglaterra, indispensável para o seu pioneirismo na Revolução Industrial.
Prova 1° unidade 2011
Um Governo Holandês no Brasil Colônia
UM GOVERNO HOLANDÊS NO BRASIL COLONIAL
Os holandeses perceberam a vulnerabilidade que as colônias portuguesas instaladas no Brasil apresentavam e decidiram colocar parte de seus planos em prática invadindo a região Nordeste do Brasil nas primeiras décadas do século XVII. A Holanda, nesta época, contava com uma poderosa tecnologia naval, fruto de investimentos advindos do "acolhimento", da parte dos holandeses, com relação aos cristãos -- novos, foragidos de outras regiões.
Para entendermos as intenções holandesas
1536 -- 1821 período em que o Santo Ofício já atuava na Espanha e também iniciou, em 1536, suas atividades em Lisboa.
A distinção entre cristãos -- velhos e cristãos -- novos percorreu desde o início desta instituição até 1775. Em Lisboa os judeus foram convertidos à força pela então realeza portuguesa. Entretanto, o que pretendemos a respeito da Inquisição é com relação ao seu alvo de atuação, ou fundo de argumentação, melhor dizendo, para o desenvolvimento das perseguições.
Grande parte dos livros de história relatam a questão religiosa referente a "necessidade" de tal perseguição. No entanto, é importante sabermos que além da dimensão religiosa (escândalos sexuais, heresia, questionamentos feitos a santos católicos, etc), há também a questão econômica.
A grande maioria dos descendentes de judeus, convertidos sob o reinado manoelita eram portadores de significativas fortunas, eram comerciantes de importante potencial, tais fortunas eram também representadas pelos bens materiais dos judeus.
O Santo Ofício, quando capturava um "herege" executava um procedimento. Este procedimento consistia no confisco de todos os bens do acusado, uma atitude que prevalecia até o julgamento final, seja ele condenatório ou não. Os bens do prisioneiro "teoricamente" eram devolvidos em casos raríssimos de absolvição do julgado.
Além disto, durante todo período de trâmite do processo inquisitorial, todas as despesas com o próprio acusado, como também a dos funcionários do Santo Ofício eram pagas pela família da própria "vítima".
"O confisco de seus bens significava a transferência de enormes somas para Inquisição e para Coroa. Tratava-se de uma forma de apropriar-se de lucros de comerciantes bem -- sucedidos. Por esta razão, o impacto das perseguições inquisitoriais sobre a economia foi bastante negativa." Pg. 47
Era desta forma que agia o tribunal do Santo Ofício. No Brasil não fora diferente, as visitas inquisitoriais ocorreram em localidades de maior riqueza e de maior população. No século XVII o Nordeste brasileiro foi alvo dos tribunais, já no século XVIII foi a vez de Minas Gerais e depois Rio de Janeiro.
Estas atuações do Santo Ofício acabou desenvolvendo dificuldades para Coroa portuguesa, este remanejamento de grandes fatias econômicas de certa forma, desestabilizou os investimentos na tecnologia naval, os cristãos -- novos foram perseguidos e com eles suas fortunas que mantinham a armada lusitana. Portugal que mantivera grande estabilidade econômica lucrativa nos séculos XV e XVI, ao final deste último, passou a conhecer as dificuldades e sua decadência. Portugal, agora era exclusivista, sujeitando-se a disposição da Coroa espanhola, o que acarretou no aparecimento dum poderoso inimigo, a Holanda, até então grande distribuidora de seus produtos. Todo este ambiente é importante e, sobretudo, necessário para que possamos entender um pouco melhor sobre as invasões holandesas no Nordeste do Brasil. Evidente que o fato desta manutenção da economia influenciada pelo Santo Ofício, na transferência de importantes valores e com o abrigo dado pela Holanda aos cristãos -- novos não satisfaz totalmente nossa pesquisa, mas demonstra uma importante contribuição.
Evaldo Cabral de Mello, o mais capacitado dentre os historiadores para relatar de forma brilhante este período da açucarocracia brasileira, termo por ele mesmo definido, afirma que as colônias portuguesas, desde sua formação, sempre ofereceram maior fragilidade com relação a um possível ataque do inimigo. Diferentemente da Espanha, o litoral brasileiro não dispunha de nenhum tipo de segurança, um ataque inimigo provavelmente seria bem sucedido, pois a concentração da produção de açúcar não ficava muito distante da região litorânea. Talvez este tenha sido outro atrativo para Holanda resolver atacar primariamente as colônias portuguesas no Brasil. Mas além desta fragilidade de localidade, a Holanda também pode contar com extremo avanço em sua tecnologia naval, tomando o primeiro lugar de Portugal e Espanha.
Este humilde artigo tentará tratar destes assuntos, respondendo perguntas como: Como foi se formando, ao longo do tempo, esta decisão da Holanda em invadir o litoral do Nordeste brasileiro? Qual o papel de João Maurício de Nassau quando da sua chegada no Brasil em 1637? Não trataremos, pelo menos neste artigo, das grandes guerras havidas entre 1630 a 1654. Pretendemos fazer, em breve, um outro artigo como se fosse uma segunda parte deste, uma continuação.
A ascensão holandesa
Enquanto Portugal observava seu próprio fracasso, a Holanda crescia em seu importante comércio de tecidos, com significativa ajuda dos cristãos -- novos, acolhidos pelo país. A Holanda desenvolveu um tipo de navio destinado especificamente para guerras, era a fragata. Com isto, o domínio marítimo até então atribuído a Espanha e Portugal, passara a Holanda. Ao final do século XVII a Holanda consegue sua dependência, após guerrear contra Espanha. Os holandeses, apercebidos dos bons resultados obtidos, tanto em estratégias com sua independência com também em seu poderio comercial, decide elaborar um plano para atacar as colônias portuguesas, por meio de um modelo já conhecido: a Companhia da Índias Orientais. Então, em 1620 é fundada, pelos holandeses, a Companhia das Índias Ocidentais, a exemplo da primeira, representando uma fusão entre comércio e guerra.
O primeiro ataque ao Brasil
O Brasil foi o primeiro alvo a ser atacado pelos holandeses. O primeiro ataque ocorreu na Segunda década do século XVII, com 1700 homens os holandeses invadiram a Bahia iniciando o conflito na região urbana, depois foram atraídos para regiões distantes, onde ficavam as instalações dos engenhos de cana -- de -- açúcar que funcionavam com a mão -- de -- obra escravista. Estes modelo de produção até então exclusivo dos portugueses despertou grande interesse aos holandeses.
Em maio de 1625 uma frota portuguesa consegue expulsar os holandeses, mas, durante o tempo em que os invasores estiveram ali, foi o suficiente para aprenderem o até então modelo exclusivo de produção escravista dos portugueses no trabalho com engenhos. Com isto o monopólio açucareiro da colônia portuguesa termina, tendo agora de competir sua produção com ingleses, franceses, holandeses e espanhóis.
O modelo escravista, a grosso modo representado pelos senhores de engenho e escravos conquistou a Europa daquele século. As Antilhas foi cede de engenhos franceses, ingleses, holandeses, etc. mesmo com toda concorrência, o Brasil ainda ocupava o primeiro lugar em lucratividade na produção do açúcar.
Sua localização privilegiada contribuía para isto, pois ficava próximo da África (facilitando o abastecimento de escravos), contava ainda com o fornecimento de alimentos advindos dos índios, fator que barateava a empresa.
Os holandeses, após serem derrotados no Brasil em 1625, decidem-se em 1630 realizar um novo ataque, agora em Pernambuco, região extremamente desenvolvida na produção açucareira do Nordeste brasileiro.
Desta vez com 3800 homens atracaram em Pernambuco, depois os holandeses contaram com reforço de mais aproximadamente 6000 homens, o domínio por parte dos holandeses foi incontestável, atingindo todo litoral nordestino até o Maranhão.
Jacobi Rabi
Estes personagem de origem alemã, chegou ao Brasil em 1637, logo se envolveu com os indígenas e fez uma verdadeira revolução com os nativos, ensinando-lhes táticas de guerra da europa, uma fusão da crueldade nativa com européia. Os índios ficaram fortes aliados de Jacobi. Portugueses, judeus, protestantes, todos detinham grande ódio deste estrangeiro que não excitava em criar grandes problemas com quem resistia a seus interesses. Sua atuação durou até 1645, quando os próprios holandeses, temendo perder o controle sobre ele, decidiram executá-lo. Esta atitude dos holandeses foi um verdadeiro desastre contra eles próprios, pois todos os nativos que o apoiavam Jacobi passaram a apoiar os portugueses, com esta ajuda, o território seria novamente luso.
Porém, 1637 foi o ano em que ocorrera o fato mais ousado dos holandeses, agora com pleno domínio dos engenhos açucareiros, trouxeram para o Recife o conde Maurício de Nassau, que desembarcou no Brasil em janeiro de 1637, trazendo condigo uma equipe composta por pintores, escritores, arquitetos, etc. Nassau com isto, pretendia restaurar o Recife.
Pela primeira vez, uma colônia da América seria governada à européia. Com supremacia militar e prevendo excelentes perspectivas econômicas, Nassau usou dinheiro e escravos da Companhia para atrair os donos de engenho para órbita holandesa. Com sinal de sua grandeza começou a reformar Recife, a primeira cidade planejada para ser capital do Brasil.
João Maurício de Nassau
Sem dúvida um personagem de muito destaque durante o período da presença holandesa no Brasil. O Conde Maurício de Nassau chegou no Brasil, mais precisamente em Recife, região Nordeste do país, em 1637 -- quando a situação e ocupação militar já estava praticamente estabilizada, no que diz respeito ao domínio holandês frente as colônias portuguesas.
No entanto, Nassau não chegara só no território brasileiro, trouxe consigo uma equipe cultural, sim, composta, como já dissemos, por pintores, arquitetos, escritores, naturistas, médicos, astrólogos, etc. Suas intenções uniam conforto para sua estadia no país e também domínio da produção açucareira. Com a presença de Maurício, Recife sofreu uma verdadeira reformulação urbana, ele mandou construir jardins, lagos e um palácio para sua acomodação, localizado na ilha de Antônio Vaz. Em 1639 Nassau foi mais longe, acompanhou a construção de uma cidade inteira a seu gosto, denominada Cidade Maurícia, esta cidade ficava localizada ao lado de Recife, entre a foz do Capiberibe e Beberibe.
Artistas Registram As Riquezas Do Brasil Holandês
Os artistas que acompanharam Nassau retratavam a América naturalista, preocupavam-se em registrar a natureza destacando os animais e as paisagens vegetais, demonstrando assim, toda opulência do Brasil holandês, estes registros tinham o caráter científico, pois estas ilustrações ficaram conhecidas em toda Europa. Frans Post e Albert Eckhout foram os principais pintores trazidos por Maurício ao Brasil, registraram o Nordeste brasileiro, revelando as riquezas dos trópicos, a produção do açúcar, a cidade Maurícia, todos os feitos de Nassau foram devidamente registrados por estes dominadores de imagens.
Reação de Portugal
Diferentemente da dimensão holandesa, o Brasil português mostrava-se de mau a pior. A grande alternativa de Portugal foi buscar sua independência em 1640 ao nomear o duque de Bragança como D. João IV. Portugal dependia totalmente dos recursos advindos do açúcar brasileiro, distribuído pelos holandeses, para financiar seu conflito com a Espanha.
Holandeses próximos de deixar o Brasil
D. João IV conseguiu assegurar a independência de Portugal, sua busca agora referia-se a retomada das colônias apoderadas pela Holanda. Tarefa difícil, pois Nassau, por meio da Companhia das Índias, concedia créditos e escravos à vontade para os senhores de engenho do Brasil, a produção aumentava a cada período, entretanto, os próprios cofres na Holanda verificaram a falta de dinheiro em espécie, tudo o que tinham eram títulos de dívidas e empréstimos destes senhores de engenho. Começa então um questionamento quanto as atitudes de Maurício de Nassau. Em maio de 1644 a Holanda convoca a volta de Maurício de Nassau para estabelecer alguma manobra para reverter esta situação, então redigiram acordos, ou melhor, contratos onde ficou estabelecido que os senhores de engenho só teriam acesso a novos empréstimos após pagamento total das dívidas pendentes.
Em 1645, após tomarem conhecimento de que teriam de mexer em seus próprios bolsos, os colonos revoltaram-se contra tal atitude dos holandeses, a rebelião estava formada. Em pouco tempo, a Holanda perdera tudo o que havia conquistado até então, pondo fim ao grande sonho de conquista da América proferido pelos holandeses.
Somente em 1654 os holandeses deixaram definitivamente o território brasileiro, mas como dissemos, não entraremos nos detalhes das batalhas havidas, pelo menos neste expediente.
As terras brasílicas já conviveram com batalhas francesas, holandesas, enfim, com todos que aproveitavam-se de maneira ilegal das terras dos portugueses, que queriam manter o processo de colonização em desenvolvimento. Afinal, esta era uma alternativa que a Coroa portuguesa apostou com todas as suas forças para manter-se no cenário como nação a partir do século XVI.
A verdade é que os holandeses também desfrutaram um pouco das riquezas presentes nesta imensidão de terras produtivas, similarmente aos franceses que traficaram, em enorme quantidade, o pau -- brasil, por toda região litorânea. Fato que despertou os olhares de Portugal, no sentido da proteção e da necessidade de ocupação das terras recém "descobertas" por Cabral.
Com isso, a História do Brasil, tão rica, extensa e maravilhosa, nos comprova, ao longo dos séculos, a cobiça e a ambição dos estrangeiros pela exploração da imensa variedade de riquezas existentes na região conquistada pelos lusos em 1500. O Brasil é de quem?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CALDEIRA, Jorge; CARVALHO, Flavio; MARCONDES, Claudio, GOES, Sergio. Viagem pela história do Brasil. 2ª Ed. São Paulo, Cia das Letras, 1997.
MELLO, Evando Cabral. Olinda Restaurada: guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. 2ª Ed. Rio de Janeiro, 1998.
Escrito por:
CRISTIANO CATARIN
catarin@estadao.com.br
Assunto da Prova 1°unidade/2011
ECONOMIA NO BRASIL COLÔNIA
A economia colonial brasileira é integrada ao processo mundial de expansão do capitalismo mercantil. Baseada no monopólio colonial - Portugal tem a exclusividade do comércio com a colônia -, é altamente especializada e dirigida para o mercado externo. Internamente tem caráter predatório sobre os recursos naturais. As técnicas agrícolas utilizadas são rudimentares e provocam rápido esgotamento da terra. A produção está centrada na grande propriedade monocultora, o latifúndio, e na utilização de numerosa mão-de-obra escrava - primeiro dos indígenas e depois dos negros.
Escravidão
O trabalho compulsório do indígena é usado em diferentes regiões do Brasil até meados do século XVIII. A caça ao índio é um negócio local e os ganhos obtidos com sua venda permanecem nas mãos dos colonos, sem lucros para Portugal. Por isso, a escravização do nativo brasileiro é gradativamente desestimulada pela metrópole e substituída pela escravidão negra. O tráfico negreiro é um dos mais vantajosos negócios do comércio colonial e seus lucros são canalizados para o reino.
Escravidão negra - A primeira leva de escravos negros que chega ao Brasil vem da Guiné, na expedição de Martim Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o comércio negreiro se intensifica. A Coroa portuguesa autoriza cada senhor de engenho a comprar até 120 escravos por ano. Sudaneses são levados para a Bahia e bantus espalham-se pelo Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.
Tráfico de escravos - O tráfico negreiro é oficializado em 1568 pelo governador-geral Salvador Correa de Sá. Em 1590, só em Pernambuco registra-se a entrada de 10 mil escravos. Não há consenso entre os historiadores sobre o número de escravos trazidos para o Brasil. Alguns, como Roberto Simonsen e Sérgio Buarque de Holanda, estimam esse número entre 3 milhões e 3,6 milhões. Caio Prado Júnior supõe cerca de 6 milhões e Pandiá Calógeras chega aos 13,5 milhões.
Cana-de-açúcar
O cultivo da cana-de-açúcar é introduzido no Brasil por Martim Afonso de Souza, na capitania de São Vicente. Seu apogeu ocorre entre 1570 e 1650, principalmente em Pernambuco. Fatores favoráveis explicam o sucesso do empreendimento: experiência anterior dos portugueses nos engenhos das ilhas do Atlântico, solo apropriado, principalmente no Nordeste, abundância de mão-de-obra escrava e expansão do mercado consumidor na Europa. A agroindústria açucareira exige grandes fazendas e engenhos e enormes investimentos em equipamentos e escravos.
O engenho - Os chamados engenhos de açúcar são unidades de produção completas e, em geral, auto-suficientes. Além da casa grande, moradia da família proprietária, e da senzala, dos escravos, alguns têm capela e escola, onde os filhos do senhor aprendem as primeiras letras. Junto aos canaviais, uma parcela de terras é reservada para o gado e roças de subsistência. A "casa do engenho" possui toda a maquinaria e instalações fundamentais para a obtenção do açúcar.
Economia açucareira - Estimativa do final do século XVII indica a existência de 528 engenhos na colônia. Eles garantem a exportação anual de 37 mil caixas, cada uma com 35 arrobas de açúcar. Dessa produção, Portugal consome apenas 3 mil caixas anuais e exporta o resto para a Europa. O monopólio português sobre o açúcar assegura lucros consideráveis aos senhores de engenho e à Coroa. Esse monopólio acaba quando os holandeses começam a produzir açúcar nas Antilhas, na segunda metade do século XVII. A concorrência e os limites da capacidade de consumo na Europa provocam uma rápida queda de preços no mercado.
Mineração
Na passagem do século XVII para o XVIII, são descobertas ricas jazidas de ouro no centro-sul do Brasil. A Coroa portuguesa volta toda sua atenção para as terras brasileiras. A região das minas espalha-se pelos territórios dos atuais Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso e torna-se pólo de atração de migrantes: portugueses em busca de fortuna, aventureiros de todas as regiões do Brasil e escravos trazidos do Nordeste. Criam-se novas vilas: Sabará, Mariana, Vila Rica de Ouro Preto, Caeté, São João del Rey, Arraial do Tejuco (atual Diamantina) e Cuiabá.
O quinto - A Coroa portuguesa autoriza a livre exportação de ouro mediante o pagamento de um quinto do total explorado. Para administrar e fiscalizar a atividade mineradora, cria a Intendência das Minas, vinculada diretamente à metrópole. Toda descoberta deve ser comunicada. Para garantir o pagamento do quinto, são criadas a partir de 1720 as casas de fundição, que transformam o minério em barras timbradas e quintadas. Em 1765 é instituída a derrama: o confisco dos bens dos moradores para cobrir o valor estipulado para o quinto quando há déficit de produção.
Economia mineradora - O chamado "ciclo do ouro" traz uma grande diversificação social para a colônia. A exploração das jazidas não exige o emprego de grandes capitais, permite a participação de pequenos empreendedores e estimula novas relações de trabalho, inclusive com a mão-de-obra escrava. Os escravos trabalham por tarefa e, muitas vezes, podem ficar com uma parte do ouro descoberto. Com isso, têm a chance de comprar sua liberdade. O período áureo dura pouco: entre 1735 e 1754, a exportação anual gira em torno de 14.500 kg. No final do século, o volume enviado a Portugal cai para 4.300 kg por ano, em média.
Diamantes - A exploração de diamantes toma corpo por volta de 1729, nas vilas de Diamantina e Serra do Frio, no norte de Minas Gerais. A produção atinge grandes volumes e chega a causar pânico no mercado joalheiro europeu, provocando a queda nos preços das pedras. Em 1734 é instituída uma intendência para administrar as lavras. A extração passa a ser controlada por medidas severas que incluem confisco, proibição da entrada de forasteiros e expulsão de escravos.
Diversificação agrícola
A agricultura de subsistência e a pecuária desenvolvem-se ao longo dos caminhos para as minas e nas proximidades das lavras. O crescimento demográfico aumenta rapidamente os lucros dessas atividades. Sesmarias são doadas na região a quem queira cultivá-las. Novas culturas surgem em outras áreas da colônia.
Novos produtos agrícolas - Em meados do século XVII, o algodão, o tabaco e o cacau passam a ser produzidos em larga escala e a integrar a pauta de exportações da colônia. A produção algodoeira desenvolve-se no Nordeste, em especial Maranhão e Pernambuco. O tabaco é produzido principalmente na Bahia, seguida por Alagoas e Rio de Janeiro e, ao longo do século XVII, o produto é usado como moeda de troca para aquisição de escravos nos mercados da costa africana. O cacau é explorado inicialmente apenas em atividade extrativista, no Pará e no Amazonas. Começa então a ser cultivado na Bahia e no Maranhão com mão-de-obra escrava.
Introdução do café - O café é introduzido no Brasil por Francisco de Melo Palheta, em 1727, que o contrabandeia da Guiana Francesa. Durante o século XVIII, seu cultivo limita-se ao nordeste, onde os solos não são adequados. A cafeicultura só se desenvolve no século XIX, quando o produto começa a ser cultivado na região Sudeste.
Francisco de Melo Palheta (1670 -?) nasce em Belém do Pará e é considerado o primeiro a introduzir o café no Brasil. Militar e sertanista, em 1727 é mandado à Guiana Francesa e recebe duas incumbências do governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará, João Maia da Gama. A primeira tem caráter diplomático: o governador da Guiana, Claude d'Orvilliers, tinha mandado arrancar um padrão com o escudo português plantado na fronteira entre as duas colônias. A missão de Palheta seria fazer respeitar a divisa, estabelecida pelo Tratado de Utrecht no rio Oiapoque. A segunda tarefa de Palheta é clandestina: deveria obter mudas de café, cultivado nas Guianas desde 1719, e trazê-las para o plantio no Pará. O sertanista cumpre suas duas incumbências. Faz os franceses aceitarem a faixa divisória entre os dois países e traz mudas de café para o Brasil, apesar da proibição formal do governo francês. Conta-se que ele mesmo teve um cafezal no Pará, com mais de mil pés, para o qual pediu ao governo cem casais de escravos.
Expansão do açúcar - A agroindústria açucareira do nordeste volta a se expandir no século XVIII, quando as revoltas escravas nas Antilhas interrompem a produção local. O aumento das exportações brasileiras estimula a expansão dos canaviais para o Rio de Janeiro e São Paulo, já enriquecidos pelo comércio do ouro.
Pecuária
Fator essencial na ocupação e povoamento do interior, a pecuária se desenvolve no vale do rio São Francisco e na região sul da colônia. As fazendas do vale do São Francisco são latifúndios assentados em sesmarias e dedicados à produção de couro e criação de animais de carga. Muitos proprietários arrendam as regiões mais distantes a pequenos criadores. Não é uma atividade dirigida para a exportação e combina o trabalho escravo com a mão-de-obra livre: mulatos, pretos forros, índios, mestiços e brancos pobres. No sul, a criação de gado é destinada à produção do charque para o abastecimento da região das minas.
Fonte: www.conhecimentosgerais.com.br
ECONOMIA NO BRASIL COLÔNIA
Durante o período colonial, de 1500 a 1822, desenvolvem-se no Brasil múltiplas atividades econômicas de subsistência e de exportação. As que mais interessam à metrópole e a sua política mercantilista são aquelas dirigidas para o mercado externo, submetidas direta ou indiretamente ao monopólio e à tributação real.
A primeira atividade econômica da colônia é a exploração do pau-brasil, mas ela perde a importância quando as árvores começam a escassear na região da mata Atlântica. Destacam-se então as monoculturas exportadoras de cana-de-açúcar, algodão e tabaco e a mineração de ouro e diamante, ramos em geral baseados na grande propriedade e na escravidão. Paralelamente, a criação de gado, vista como um meio de subsistência, contribui para a colonização do interior do país.
A economia colonial organiza-se de forma complementar à metrópole. Produz principalmente o que a ela convém e compra dela muito do que necessita. Cada um dos seus setores tem importância maior ou menor de acordo com a região e o período em que se desenvolve.
Fonte: EncBrasil
ECONOMIA NO BRASIL COLÔNIA
No século XVI iniciou-se a exploração do Brasil, a partir da extração do pau-brasil, madeira tintorial, utilizada nas manufaturas de tecidos. Essa atividade, porém, não foi responsável pelo início da colonização, pois a exploração deu-se através de feitorias nômades, em vários pontos do litoral brasileiro, ou seja, durante cerca de 30 anos, não se formou nenhum núcleo de povoamento no Brasil. Somente na década de 30 deste século é que iniciou-se de fato a ocupação da terra, com o início da produção canavieira. Note que as áreas ocupadas pelo açúcar são pequenas, destacando-se a região de Pernambuco e, em menor escala, Bahia e São Vicente.
Século XVI
Durante o século XVII, a economia açucareira economia açucareira desenvolveu-se e passou a ocupar maiores áreas, ao mesmo tempo em que desenvolveu-se a pecuária, como atividade complementar. No final do século temos as primeiras ocorrências de ouro Note que, no mapa abaixo, deveria ter sido mantida a linha de Tordesilhas, como no mapa anterior.
Século XVII
Durante o século XVIII, as atividades econômicas tornaram-se mais diversificadas. Destaca-se a ocupação do interior do território, principalmente com a mineração e a presença da pecuária no sul do país, neste caso para a produção de carne, abastecendo a região sudeste
Fonte: www.historianet.com.br
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Expansão Maritima
A Expansão Marítima
A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas.
FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃO
- Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação;
- O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica;
- Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais;
- A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV;
- Expandir a fé;
OBJETIVOS DA EXPANSÃO
- Metais;
- Mercados;
- Especiarias (Noz Moscada, Cravo...)
- Terras;
- Fiéis;
PIONEIRISMO PORTUGUÊS
- Precoce centralização Política;
- Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) *
- Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa;
- Capital (financiamento de Flandres);
- Posição Geográfica Favorável;
ESCOLA DE SAGRES – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias.
Bússola | Astrolábio | Quadrante |
EXPANSÃO ESPANHOLA
Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações Marítimas. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às Índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega em Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando ter chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula "Inter Colétera" (as terras da América seriam dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa -> Tratado de Tordesilhas. (Foto)
As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, pelos espanhóis, aguçou a cobiça de outras nações européias que procuravam completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado de Tordesilhas, ao mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da Pirataria. Afirmavam ainda que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a ocupasse efetivamente, o princípio do "Uti Possidetis" (usucapião). França foi uma das mais utilizarias desse pretexto.
EXPANSÃO NO SÉCULO XVI - Após a crise do século XVI, a economia européia sofreu transformações essenciais, na medida em que as riquezas exteriores, adquiridas na expansão marítima, não só ampliou o grande comércio, como também elevou o nível científico. Foram intensificados os estudos para desenvolver a bússola, novos modelos de embarcações (caravelas, nau), o astrolábio, portulanos (livrinho que continha a observação detalhada de uma região, feita por um piloto que estivera lá antes) e cartas de navegação. Esses novos conhecimentos, aliados a nova visão do mundo e do homem, preconizada pelo Renascimento, ampliaram os horizontes europeus, facilitando o pleno desenvolvimento da expansão ultramarina. Essa expansão foi a responsável pelo surgimento de um mercado mundial, baseado no capital gerado pelas atividades comerciais, que afetou todo o sistema produtivo e favoreceu a consolidação do Estado Nacional. No século XVI, as nações pioneiras (Portugal e Espanha) prosseguiram suas viagens conquistando territórios na América, África e Ásia. Inglaterra e França procuravam romper tal domínio na tentativa de conseguir mercados e áreas de exploração.
Embarcações: A caravela possuía um casco estreito e fundo, com isto ela possuía uma grande estabilidade, por baixo do convés havia um espaço que servia para transportar os mantimentos, o castelo que era os aposentos do capitão e do escrivão se localizava na popa do navio, porém a grande novidade deste navio foi a utilização das velas triangulares em mar aberto, as quais permitiam que a caravela avançasse em zig-zag mesmo com ventos contrários, as caravelas não possuíam os mesmos tamanhos, as pequenas levavam entre vinte e cinco a trinta homens e as maiores chegavam a levar mais de cem homens a bordo, geralmente a tripulação era formada por marinheiros muitos jovens, os capitães podiam ser rapazes de vinte anos de idade eles eram o chefe máximo, que tinham a competência de organizar a vida a bordo e tomar as decisões sobre as viagens, o escrivão tinha a competência de registrar por escrito o rol da carga.
O piloto encarregava-se da orientação do navio, geralmente viajava na popa do navio com os seguintes instrumentos, uma bússola, um astrolábio e um quadrante, ele orientava aos homens do leme que manejavam o navio de acordo com as instruções do piloto e do capitão e em dia de mar revolto era necessário dois homens ao leme do navio, o homem da ampulheta era o marinheiro que vigiava o relógio de areia para saberem as horas, os marinheiros a bordo das caravelas tinham que fazer todos os tipos de serviços, desde içar, manobrar e recolher as velas, esfregar o convés, carregar e descarregar a carga e outras fainas a bordo, os grumetes eram constituídos em sua maioria por rapazes de dez anos de idade que iam a bordo para aprender e fazer as rotinas das viagens. A construção das caravelas era executada a beira do Tejo na Ribeira das Naus junto ao Palácio Real, onde trabalhavam os mestres de carpinteiros os quais não se serviam de planos, nem de desenhos técnicos.
MERCANTILISMO - Conjunto de medidas econômicas adotadas pelos Estados Nacionais modernos no período de Transição (Feudalismo p/ Capitalismo), tendo os Reis e o Estado, o poder de intervir ma economia. Esse sistema buscava atender os setores feudais visando conseguir riquezas para a sua manutenção. O mercantilismo não é um modo de produção, mas sim um conjunto de práticas de produção. Não existe uma sociedade Mercantilista. Tais medidas variavam de Estado para Estado, logo, não existiu apenas um mercantilismo. Não se pode generalizá-lo.
PRINCÍPIOS: (Variavam de Estado para Estado)
- Metalismo ou Bullionismo;
- Balança Comercial Favorável (Vender mais e comprar menos -> visando garantir o acúmulo de ouro e prata);
- Protecionismo Alfandegário (grandes tarifas aos produtos estrangeiros);
- Construção Naval (frota Mercante e Marinha de Guerra);
- Manufaturas;
- Monopólio (Rei vende monopólio para as Companhias de Comércio nas cidades);
- Sistema Colonial (Pacto Colonial, Latifúndio, Escravismo);
- Intervenção do Estado na Economia;
POLÍTICA DOS ESTADOS
-Espanha – Bullionismo (metais)
-Holanda – Comercialismo
-França – Colbertismo (Manufaturas de luxo)
-Inglaterra – Comercialismo
COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO: As colônias de exploração atendiam as necessidades do sistema mercantilista garantindo, através de uma economia complementar e do pacto colonial, lucros para a metrópole. Nesse tipo de colonização, não havia o respeito devido pelo povo ou pela terra.
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